A APDAE – Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos das Escolas de Carregal do Sal, como é habitual desde a sua fundação realizou, uma vez mais, nos dias 15 e 16 de Maio, o seu passeio anual com a participação dos colaboradores, amigos e convidados, afim de visitar, conhecer e se encantar com a beleza natural e monumental de Marvão, Mérida, Plasencia e Cória, com saída marcada pelas 6 horas e 30 minutos na Câmara Municipal de Carregal do Sal.
Todos os anos a APDAE oferece o passeio como mérito aos melhores alunos das escolas do Concelho, e este ano, os seleccionados foram os alunos(as) Mariana Teresa de Coronha e Mendes, Maria Manuel Leite Brito Bento Ribeiro, Tatiana Soares Costa e o aluno Edgar Fernando Martins Ribeiro do 9º ano da disciplina de História. Com o objectivo de “promover o respeito pela natureza, adquirir conhecimentos em contacto com a própria história e a confraternização mútua”.
Seguimos viagem de autocarro com destino à nossa primeira visita (Marvão), com breve paragem para tomarmos um cafézinho.
“A vila de Marvão está situada entre 800 e 860 metros de altitude totalmente edificada por muralhas para refúgio das povoações assoladas por povos invasores no período romano. Localiza-se nas margens do rio Sever, nasceu e cresceu à sombra do Castelo, albergando os cavaleiros e seus servos, os soldados e aqueles que no decorrer dos tempos ajudaram a defender ou procuravam abrigo”.
Após a visita à vila de Marvão e seus arredores fomos à procura de um parque para almoçar.
Todos preparados com farnel para os dois dias do passeio, abastecemos o estômago e saciámos a sede num ambiente de descontracção e animação.
Mérida, o caminho a seguir, e lá fomos nós. Ao chegar a Mérida fomos em direcção ao Albergue “El Prado”, onde iríamos pernoitar. Contávamos que o Albergue dispusesse de roupas de cama e cobertores, o que não aconteceu. Falha nossa (APDAE) ou falha do Albergue, procurámos uma solução para as pessoas que estavam desprovidas de roupas de cama ou saco de cama. Em nome da Associação e dos organizadores pedimos desculpa pelo inconveniente. Situação amenizada, fomos à procura de um local para jantar, seguido de passeio livre até ao nosso regresso ao Albergue.
No dia seguinte bem cedinho despedimo-nos do Albergue para aproveitar o dia de visita à cidade romana de Mérida. “Fundada no ano 25 a.C. por ordem do imperador Octávio Augusto com o nome de Emerita Augusta. Foi durante a ocupação romana uma das mais importantes cidades da Península Ibérica, capital da Lusitânia. Inicia-se nesta época um período de grande esplendor, dos quais são testemunhos magníficos os edifícios do Teatro, o Anfiteatro, o Circo, os Templos, (em destaque o Templo de Diana), as Pontes e Aquedutos de grande valor arquitectónico. No século VI o Cristianismo vive a sua expressão máxima. Desta fé dá mostras a figura da Virgem e Mártir “Santa Eulália”, morta aos 12 anos durante as perseguições contra os cristãos pelos romanos, hoje, padroeira da cidade”. A cidade de Mérida, outrora fundada pelos romanos, é marcada pela sua beleza paisagística, riqueza monumental e histórica, organização, animação, segurança e limpeza, com seus jardins floridos e seus parques de lazer pensados no bem-estar dos residentes e dos turistas que a visitam e se encantam com todo o esplendor que a mesma oferece. É de mencionar o passeio do “Quimbóio” (comboio) fazendo o percurso à volta da cidade que nos permitiu vislumbrar todos os atractivos históricos e monumentais.
Após a visita os integrantes do passeio eram livres de regressar ao autocarro que estava estacionado num agradável parque onde nos foi permitido almoçar, ou então optar por almoçar num restaurante. Como estávamos bem providos de farnel a maioria optou por almoçar no parque. Fome saciada, cansaço das pernas e pés amenizada, fomos tomar o habitual cafézinho que acabou numa euforia total. Tomamos conta do Café e dançamos ao som da música espanhola. Foi um momento marcante de alegria e boa disposição. Pena que foi breve, pois as horas corriam e tínhamos outros destinos a seguir. Desviámos o nosso trajecto para dar uma espreitadela nas plantações de cerejeiras. Ficámos maravilhados com a extensão da área que abastece o mundo todo com ricas e deliciosas cerejas.
Plasencia foi o destino a seguir. Neste local fizemos uma curta paragem para visitar a Catedral que se avista antes de entrar na cidade e preside ao centro histórico. “O processo construtivo desenvolvido ao longo dos séculos permitiu combinar num só edifício duas catedrais perfeitamente diferenciadas que a convertem na igreja mais ricamente ornamentada da Extremadura. A Catedral Velha ou Igreja de Santa Maria foi construída entre os séculos XIII e XIV. É um exemplo de transição entre o românico e o gótico. A Catedral Nova começou a ser construída em 1498, tendo sido para isso demolido uma parte da Catedral Velha. A obra prolongou-se pelo século XVI, mas nunca seria concluído”.
Enfim Cória, nossa última visita. “Conta a história que esta cidade foi capital de Los Venttones, uma povoação Celta que se estabeleceu nesta zona. Esta povoação, marcada por uma forte actividade pecuária, atribuiu o nome Cória à sua cidade. Cória, além de milenária é também monumental, declarada como bem de interesse cultural. A Catedral da Assunção é visita obrigatória, cuja silhueta se destaca do resto da cidade. Assente sobre a antiga Catedral visigótica e sobre os restos de uma mesquita árabe, a obra actual data de finais do século XV e princípios do século XVI com destaque a bela fachada plateresca. Destaca-se ainda o Castelo construído no início do século XV e a ponte medieval de arquitectura Renascentista construída em 1518. Um factor interessante a mencionar referente à ponte foi as cheias que em 1590 fizeram com que o rio Alagon desviasse o seu curso, deixando a ponte a seco”. De regresso ao autocarro ainda assistimos aos festejos dos adeptos do Barcelona.
Já fazia quase noite. Embora nossos pés e nosso corpo estivessem estafados, regressámos a casa satisfeitos com todos os atractivos que pudemos ver, viver e desfrutar afinal, viajar e conhecer as maravilhas que o nosso planeta terra oferece é o que levamos de melhor desta vida: o conhecimento, o enriquecimento cultural e a exuberância da história do ser humano é tudo de bom que ela nos oferece. Assim, num clima de confraternização regressámos a Portugal na expectativa da próxima viagem.
Escrito por: JUCILEI BAUER